sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Exercício A.1 – As etapas do processo de investigação científica

O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências observáveis, empíricas (ou seja, baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e as analisar com o uso da lógica. Para muitos autores o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.

O método científico pode ser dividido nas seguintes etapas:

Etapa 1: Observação

Quase todas as investigações científicas começam por uma observação que desperta a curiosidade ou suscita uma questão. Por exemplo, quando Charles Darwin (1809-1882) visitou as Ilhas Galápagos (localizadas no Oceano Pacífico, a 950 km a oeste do Equador), observou diversas espécies de tentilhões, cada qual adaptado de maneira única a um habitat específico. Os bicos dos tentilhões, em especial, apresentavam largas variações e pareciam desempenhar papel importante na maneira pela qual o animal obtinha alimento. Os pássaros cativaram Darwin. Ele queria compreender as forças que permitiam que tantas variedades diferentes coexistissem com sucesso numa área geográfica pequena. As suas observações levaram-no a formular uma pergunta que poderia ser submetida a teste.

 

Etapa 2: Formulação da pergunta

O propósito da pergunta é estreitar o foco da investigação e identificar o problema em termos específicos. A pergunta que Darwin poderia ter feito, depois de ver tantos tentilhões diferentes, talvez fosse expressa assim: o que causou a diversificação dos tentilhões das ilhas Galápagos?

Eis algumas outras questões científicas:

o que faz com que as raízes de uma planta cresçam para baixo e o seu caule cresça para cima?

que marca de desinfectante bucal mata mais germes?

o que causa descoloração nos corais?

o chá verde reduz os efeitos da oxidação?

que tipo de material de construção absorve mais som?

Encontrar perguntas científicas não é difícil e não requer treino científico.

 

Etapa 3: Formulação da hipótese

Perguntas anseiam por respostas e o próximo passo no método científico é sugerir uma possível resposta em forma de hipótese. Uma hipótese é, muitas vezes definida, como um palpite informado porque quase sempre baseia-se nas informações que se dispõe sobre um tópico. Por exemplo, se se desejasse estudar o problema relacionado à resistência do ar por parte de um carro, poderia já ter a sensação intuitiva de que um carro em forma de pássaro poderia enfrentar menos resistência do ar do que um carro em forma de caixa. Essa intuição pode ser usada para ajudar a formular uma hipótese.

Em termos gerais, uma hipótese é expressa na forma de uma declaração "se... então". Ao fazer uma declaração como essa, os cientistas estão praticando o raciocínio dedutivo, que é o oposto do raciocínio indutivo. A dedução, na lógica, requer movimento do geral para o específico. Eis um exemplo: se o perfil da carroçaria de um carro se relaciona à resistência do ar que ele encontra - declaração geral - então um carro em forma de pássaro será mais aerodinâmico do que um carro em forma de caixa - declaração específica.

 

Etapa 4: Experiência controlada

 

Muitas pessoas pensam numa experiência como algo que acontece num laboratório. Mas as experiências não envolvem necessariamente as bancadas de um laboratório ou tubos de ensaio. No entanto, elas precisam ser montadas de forma a testar uma hipótese específica e precisam ser controladas. Controlar uma experiência significa controlar todas as variáveis, de modo que apenas uma esteja aberta a estudo. A variável independente é a variável controlada e manipulada pelo responsável pela experiência, enquanto a variável dependente não o é. À medida que a variável independente é manipulada, a variável dependente é mensurada em busca de variações. No exemplo sobre o carro, a variável independente é a forma da carroçaria. A variável dependente - aquilo que medimos para determinar o efeito do perfil do carro - pode ser a velocidade, o consumo de combustível ou uma medição directa da pressão de ar exercida sobre o carro.

Controlar uma experiência também significa montá-la de forma que haja um grupo de controlo e um grupo experimental. O grupo de controlo permite que o responsável pela experiência estabeleça um parâmetro de comparação, com números que ele possa confiar e que não resultem das mudanças geradas pela experiência. Por exemplo, na experiência de Pasteur, o que teria acontecido caso ele tivesse usado apenas o frasco de gargalo curvo? Poderíamos saber com certeza que a falta de bactérias no frasco se devia à sua forma? Não. Ele precisava comparar os resultados do grupo experimental aos do grupo de controle. O grupo de controle de Pasteur era o frasco de gargalo recto.

 

Etapa 5: Analise os dados e conclusão

Durante uma experiência, os cientistas reúnem dados quantitativos e qualitativos. Nessas informações, se eles tiverem sorte, estão indícios que podem ajudar a sustentar ou a rejeitar uma hipótese. O volume de análise necessário para chegar a uma conclusão pode variar amplamente. Como a experiência de Pasteur dependia de observações qualitativas sobre a aparência do caldo, a análise era bem simples. Ocasionalmente, é preciso usar ferramentas analíticas sofisticadas para analisar os dados, como por exemplo análise estatística. De qualquer forma, o objectivo final é provar ou negar uma hipótese e, ao fazê-lo, responder à pergunta original.

Para mais informações:

http://www.ra.didaxis.pt/nfq/lab/metodo.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Método_científico

http://www.factmonster.com/cig/science-fair-projects/understanding-using-scientific-method.html